... e, no fundo, tudo é tão simples quanto
em silêncio respirar
(...) a espantosa realidade das cousas/ É a minha descoberta de todos os dias (...)
Alberto Caeiro
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(...) a espantosa realidade das cousas/ É a minha descoberta de todos os dias (...)
Alberto Caeiro
Ah, e abraço esse teu vazio in-fundo com que te entregas ao mundo, gritando para que seja ouvida a tua mudez carnal, arreganhando os lábios num desdém sangrado e doirado, logo que virada a esquina do amor fácil. E ouço o teu lamento escarrado pela doença, atacando a monstruosidade que sentes vir-se em toda a parte, sobre todas as coisas, derramando o sémen-semente da violenta vaidade no seio que se quer esconder. E, em recolhimento, escorraçar a horda desordeira e andrajosa de lembranças que te nauseiam, que te derrubam, que, enfim, te trazem aqui, aqui, onde, Ah, nos olhos te fixando bondade, abraço esse teu vazio in-fundo que se dilui no meu.
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